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CORRE Coletivo Cênico convoca juventude de Cachoeira para o projeto LEVANTE

O projeto de vivências artístico-educativas LEVANTE! – realizado pelo CORRE Coletivo Cênico, que em cortejo com jovens estudantes e artistas alagoinhenses performou pelas ruas da cidade, vai aportar no Recôncavo Baiano, em Cachoeira, entre os dias 06 e 10 de novembro. O intercâmbio, que terá como convidada a artista visual e performer cachoeirense Tina Melo, tem como propósito a realização de uma performance em multidão no centro da cidade.

 

LEVANTE busca questionar a liberdade e independência dos sujeitos na contemporaneidade. O projeto traz como eixos norteadores os conceitos de autonomia, civilidade, comunidade, direitos civis, território e memória. As atividades são voltadas principalmente a estudantes do Colégio Estadual de Cachoeira e serão realizadas no Centro de Artes Humanidades e Letras, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Artistas locais também são convocados a participarem, para isso precisam se inscrever através de link a seguir – https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdReU1xUkzcCKe_P7i-iLO80sMNfCA7rn5u2De45sM4VpsVTQ/viewform.

 

Narrativas

Em Cachoeira, a artista visual e performer Tina Melo realizará a “Vivência Performática Implicada”, um laboratório de experimentação e práticas que visa estabelecer diálogos em torno das identidades, pertencimentos e trânsitos das pessoas participantes, como forma de estimular processos criativos afirmativos e centrados na autonomeação, autorreferencialidade e no reposicionamento de narrativas visuais.

 

“A vivência parte das experiências e histórias apresentadas pelas pessoas participantes a partir de diálogos e escuta ativa. Durante a vivência, o grupo desenvolverá reflexões e experimentações em torno das subjetividades apresentadas, encruzilhadas a questões políticas e em interlocução com o espaço urbano”, descreve Melo, ao acrescentar que a vivência culminará com uma deriva performática pelas ruas da cidade.

 

Contexto

Há duzentos anos uma grande mobilização popular culminou na Independência da Bahia, no dia 2 de julho de 1823. A libertação política de um território de sua colônia. Mas, no contexto atual, muitos são os corpos aprisionados em preconceitos e violências sociais – racismo, machismo, lgbtfobia, entre outros – que impedem o deslocamento destes corpos.

 

É neste ponto que surge o projeto LEVANTE, que busca questionar as ideias de independência e afirmação dos sujeitos na sociedade. O ponto de vista está sob o sujeito ao invés do território, como for a há dois séculos. A escolha para um ação em coletivo e de afirmação de corpos dissidentes, de acordo com o diretor artístico do projeto, Luiz Antônio Sena Jr., se dá pela participação da juventude brasileira em uma série de movimentos emancipatórios ao longo da história recente do país e do estado.

 

Afirmação 

O CORRE Coletivo Cênico dedica-se à pesquisa artística sobre as masculinidades e normatividades sociais, tendo como base as narrativas de seus integrantes: homens gays, autodeclarados pretos, oriundos ou com passagens pelo interior da Bahia, alguns vivendo com HIV, alguns drag queens. Criado em 2019, ao longo de sua trajetória, o grupo realizou criações cênicas, performances virtuais, debates online e encontros de acolhimento para homens gays.

 

Dentre as obras, destaca-se o espetáculo virtual “PARA-ÍSO”, criado a partir da Lei Aldir Blanc, sendo indicado ao Prêmio Braskem de Teatro, nas categorias Melhor Espetáculo Adulto, Texto e Direção, vencendo nesta última. O grupo acaba de estrear seu primeiro espetáculo presencial, “peça Museu do Que Somos”, com temporada em outubro de 2023, na Sala do Coro do Teatro Castro Alves.

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