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Virada Sustentável promove debates sobre impactos ambientais e sociais das mudanças climáticas

A Virada Sustentável Salvador, que ocorre entre 15 e 19 de dezembro, põe em pauta temas centrais para o futuro: os impactos ambientais e sociais da mudança climática e sua relação com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (Agenda 2030). O evento, que acontece logo após a 26ª Conferência Mundial do Clima das Nações Unidas (COP26), conecta a capital baiana a discussões recentes e relevantes sobre essa temática, abordando viés emergentes, como justiça climática, racismo ambiental e ativismo juvenil. Com o tema “A mudança que o mundo precisa é cultural”, o festival tem apoio da Ball e patrocínio da Braskem e do Governo da Bahia, através do Fazcultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura.

“Os diálogos trazem uma visão mais multifacetada e social para o debate sobre a mudança climática, mostrando que essa é uma pauta urgente e que não impacta apenas em questões ambientais. Para isso, convidamos pessoas que trazem novos olhares sobre o tema”, pontua Beth Ponte, curadora do Fórum Virada Sustentável Salvador.

Para inserir a capital baiana no debate atual, o Fórum Virada Sustentável Salvador terá como convidados quatro participantes que representaram o Brasil na COP26: a indígena baiana Alice Pataxó, a jovem embaixadora da ONU Amanda Costa, a ativista e influencer Ellen Monielle e o professor de história, fundador da Uneafro Brasil e representante da Coalizão Negra por Direitos, Douglas Belchior.

Nascida na aldeia Pataxó Craveiro, em Prado, no Sul da Bahia, Alice Pataxó discursou no COY16, versão jovem do COP26, em defesa dos territórios indígenas, chamando a atenção da paquistanesa Malala, mais jovem vencedora do Prêmio Nobel da Paz, que sugeriu que seus 2 milhões de seguidores no Instagram acompanhassem o trabalho da baiana sobre preservação da cultura do seu povo. Com 123 mil seguidores no Instagram, a jovem é uma das atuais lideranças indígenas, usando as redes sociais para produzir conteúdos com uma linguagem mais simples e antenada sobre questões que afetam os povos indígenas. Durante a Virada, ela vai conversar sobre o direito à terra e meio ambiente.

 

Outro baiano também participará do fórum. Embaixador da WWF-Brasil, Kaique Brito, 16 anos, vai se juntar a Amanda Costa e Ellen Monielle no debate sobre juventude e ativismos climático. Os três jovens emprestam suas vozes para mostrar porque a mudança climática é assunto de interesse de todos e como a Geração Z pode contribuir com esse diálogo. Eles falam ainda sobre redes sociais, memes e veganismo acessível.

 

A relação entre a defesa do meio ambiente e a luta antirracista também será posta em pauta durante a mesa Justiça Climática e Racismo Ambiental, que terá a participação do professor de história Douglas Belchior e do coordenador do Observatório do Racismo Ambiental de Salvador, Raimundo Nascimento. Durante o bate-papo, eles vão mostrar como as desigualdades raciais e sociais fazem com que os impactos das mudanças climáticas sejam sentidos de forma diferente na sociedade, sendo mais uma vertente do racismo sistêmico.

 

Outros olhares – Na abertura da Virada Sustentável Salvador, o fórum vai abordar a relação entre economia circular e criativa, mostrando a relação dessas duas áreas. O escritor, consultor e especialista em design para sustentabilidade André Carvalhal e a arquiteta e cenógrafa Renata Motta vão compartilhar suas experiência na moda e cenografia, demonstrando como o setor criativo pode contribuir para a economia circular.

 

Como exemplo será apresentado o projeto Braskem recicla, patrocinado pela Braskem e que foi desenvolvido pela startup Solos, que desenvolve soluções para reduzir o lixo nas cidades. Na primeira edição, em 2020, essa iniciativa uniu uma ação de educação ambiental e conscientização da população sobre reciclagem com uma programação de lazer, mostrando que é possível realizar eventos de entretenimento de forma sustentável. Na ocasião, foi instalado uma estrutura de drive thru em um drive-in que funcionou no Centro de Convenções. Desta forma, o público descartou adequadamente o resíduo gerado no local, evitando que o mesmo fosse enviado para o aterro sanitário e ao mesmo tempo contribuindo com a inclusão social e gerando renda para os catadores de recicláveis que participaram do programa.

 

Durante a Virada também será realizada uma mesa em parceria com o Fórum Clima Salvador, coletivo de mais de 20 entidades soteropolitanas ligadas à temática ambiental, para discutir como cidades litorâneas, como Salvador, podem ser impactadas pela elevação do nível dos oceanos. O debate terá a participação dos coordenadores do Fórum Clima Salvador e do Instituto Taoca, Virgílio Machado e Letícia Moura e do geólogo da Universidade Federal da Bahia (Ufba), José Landim.

 

Todas as mesas do fórum serão mediadas pela jornalista Luana Assiz e serão realizadas na Sala do Coro do Teatro Castro Alves (TCA). O evento será aberto ao público, mas com número reduzido de ingressos, que estarão disponíveis gratuitamente por meio da plataforma Sympla. Os debates também serão transmitidos ao vivo no canal da Virada no YouTube (www.youtube.com/viradasustentavel). As mesas serão seguidas de apresentações musicais.

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