Coluna

Pessoas muito inteligentes podem ser vistas como uma ameaça

Por Jennifer de Paula

Quando se fala em inteligência, muita gente entende que a pessoa mais inteligente é aquela que tem um conhecimento maior sobre um determinado assunto. No entanto, do ponto de vista científico, o conceito vai muito além disso. É preciso compreender que o indivíduo nesta situação é uma pessoa que nutre diversas capacidades, por exemplo: lógica, abstração, memorização, compreensão, autoconhecimento, comunicação, facilidade de aprendizagem, controle emocional, planejamento e resolução de problemas.

Ao ter domínio sobre estes assuntos, a pessoa mais inteligente assume uma posição diferenciada na sociedade, que pode ser vista como uma espécie de ameaça por parte daqueles que não compreendem o seu potencial. Nesse sentido, o PhD, neurocientista, psicanalista e biólogo Fabiano de Abreu teve recentemente um estudo sobre ‘Pessoas muito inteligentes são uma ameaça’ aprovado pelo comitê e publicado na revista científica South Florida Journal of Development.

Mas o que é inteligência? Fabiano explica que o termo surgiu do latim intelligentĭa. “A origem etimológica é referente a quem sabe escolher, permitir, o que possibilita ao indivíduo escolher melhores opções na hora de solucionar alguma questão. Seu conceito foi estudado pela primeira vez com o psicólogo inglês chamado Charles Spearmen, no início do século XX”. Além disso, a psicologia acredita em dois tipos de inteligência: cristalizada e fluída. “A primeira está associada ao conhecimento e experiência anteriores e reflete a cognição verbal. A segunda requer raciocínio adaptativo em quaisquer situações”, acrescenta.

O neurocientista destaca que é preciso entender que a maioria dos indivíduos inteligentes são persuasivos. “Isso significa que possuem o poder de convencer outras pessoas de que o seu ponto de vista está correto. Ser persuasivo é diferente de ser manipulador, pois o primeiro apresenta fatos verídicos”.

É importante lembrar que o indivíduo persuasivo possui facilidade devido a sua inteligência, observa Abreu: “Ele consegue se comunicar de maneira mais adequada, como possui conhecimentos variados, é capaz de encontrar argumentos em diversas situações. Suas principais características: otimismo, por ter ciência do próprio conhecimento, trazendo conforto e segurança aos demais. Autoconfiança, atuam com mais confiança, possuem vantagem nos mais competentes. Autenticidade, pois essas as pessoas não confiam em indivíduos forçados, e assim conseguem criar uma conexão emocional. São conscientes, por isso é mais fácil que o indivíduo confie em você e seja mais fácil convencê-lo. Apreciam o silêncio, pois segundo pesquisadores comportamentais, indivíduos que falam muito geralmente perdem”.

Por terem conhecimento nas mais diversas áreas, consequentemente conseguirão argumentar melhor com outro indivíduo. “Enquanto o outro perde uma disputa, ocorre um momento de decepção consigo mesmo, que na maioria das vezes é levado a um processo de raiva e é descontado em outra pessoa. Isso confirma que o perdedor pode acabar sentindo que seu oponente é uma ameaça, levando-o a achar que o indivíduo é arrogante e prepotente”, define o neurocientista.

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