Coluna

Olodum celebra 40 carnavais com homenagem às mulheres

21“Mãe, Mulher, Maria, Olodum – Uma história das mulheres” é com este tema que o Olodum comemora seus 40 carnavais. A banda do Pelourinho, que desfilará na sexta-feira, domingo e terça-feira, falará nas histórias de lutas por direito a igualdade, suas criações na música, poesia, ciência e tecnologia e seus avanços. Desde Lucy, na Etiópia e perpassando por mulheres em diversos países do mundo.

Mas 2020 também é um ano para comemorar o Samba Reggae. Por isso, os cantores Mateus Vital, Lazinho, Narcizinho e Lucas di Fiori também trarão para as ruas de Salvador canções que consagraram a banda mais internacional da Bahia. Em 2020 a banda já circulou por todas as regiões do Brasil e esteve em países como Argentina e Gana, completando 40 países visitados.

Com a canção vencedora do Femadum, “Lendárias do Tempo”, de Sandoval Melodia e Romário Rocha, o Olodum também trará a música “Mãe Já” gravada com Carlinhos Brown e sucessos que celebram o ritmo criado por Neguinho do samba, a exemplo de “Faraó”, “Avisa lá”, “Rosa”, “Deusa do Amor” e “Protesto Olodum” e as novas O “Nome da Rosa”, “A Ver Navios” e “Minha Tez”.

“Em 2020 vamos ampliar o debate a respeito das lutas e dos direitos das mulheres contando a historia delas, desde Merith Ptah, ou a Amada de Ptah,  2.700 a.C no Egito africano, médica ginecologista, obstetra e pediatra, que chefiava uma equipe de vários médicos, e a  baiana Viviane dos Santos Barbosa, cientista e engenharia química e bioquímica, com estudos focados na nanotecnologia, bem como lidar com a diversidade e o protagonismo destas na música, na poesia, na ciência e tecnologia e nas lutas políticas”, destaca João Jorge, presidente do Olodum.

Na sexta-feira, dia 21, o Olodum começa seu desfile no Circuito Batatinha, onde tradicionalmente encanta baianos e turistas com sua saída percorrendo as ruas do Pelourinho. De lá o grupo segue para o Circuito Osmar no campo Grande. No domingo, dia 23, a banda vai para Barra, circuito Dodô e na terça-feira, dia 25, faz sua pipoca no Olodum para Todos.

Em toda sua trajetória o Olodum tem falado sobre grandes mulheres. Em 1987 a Deusa Isis, que proclamou matrimônio com Osíris (Egito), foi lembrada em Faraó. Em 1988, foi a vez de Ranavalona III, de Madagascar e a Rainha Makeda de Axum (A poderosa Rainha de Sabá), na Etiópia, foi lembrada em 1989.  E com um tema sobre o Nordeste e o Saara em 1990, Surge Maria de Bonita e a cangaceira Dadá do Grupo de Lampião. Nos últimos anos, tiveram os temas “Ashanti – O trono Dourado e a Rainha Yaa Asantewaa” (2014) e “Deusas das Águas, Oceanos, Rios e Lagos” (2018).

Várias musicas da Banda Olodum passaram a falar e a tratar de temas ligados à mulher com destaque para Musa Negra de Cruz, Mel Mulher de Lula Novaes e Sandoval Melodia, Musa Negra (Josina Machel) de Guiguio, Seduz de Wesley e Paulinho, A Ver navios (Mãe, mulher, Maria, Olodum) de Valmir Brito e Roque Carvalho, Deusa do Amor, da dupla Adailton Poesia e Valter Farias, Rosa de Pierre Onassis e, mais recente, Sereia de Alisson Lima.

“Desta forma, seremos todas e todos: as rosas perfumadas, as deusas do amor, as mulheres dos quilombos, das revoltas Urbanas, as mulheres do cangaço, as estrelas no céu, as lobas das nações e povos, a mãe do homem, Lucy da Etiópia e a senhora Catarina Paraguaçu, uma mulher indígena, a mãe ancestral de todos os baianos, em um único momento, o Carnaval do Olodum de 2020”, completa o presidente.

O figurino – Os figurinos do Olodum para o carnaval 2020 foram inspirados nas mulheres de todos os tempos, resgatando suas origens de África. Na avenida, representações de mulheres rainhas que lembrem mulheres precursoras e marcaram suas épocas como Yaa Ashantewaa, Ranavalona, Makeda de Axum e Nefertiti, mas também lembraremos de mulheres contemporâneas como Maria Quitéria, Maria Filipa, Chiquinha Gonzaga, Leila Gonzalez, Zezé Mota e Lecy Brandão.

Nos abadás dos foliões serão retratados poeticamente o protagonismo feminino na música, poesia, ciências e tecnologias. Na sexta a mulher na música e poesia e no domingo nas ciências e tecnologias. O figurino da banda é assinado por Miguel Carvalho que se inspirou na Mãe África.

Na sexta-feira a percussão do Olodum terá a linha de frente formada por mulheres, que terão um figurino só para elas. Com bastantes estampas africanas, as rainhas terão figurinos focados em Lucy e as primeiras tecnologias.

 

 

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