Coluna

Mães se tornam lideranças sociais para transformar a realidade de crianças e adolescentes em suas comunidades

O trabalho como merendeira na zona rural de Muritiba e o contato constante com as crianças na cozinha despertou em Marlene Dias, de 42 anos, o desejo antigo de se tornar uma mobilizadora social. Em 2017, após a gravidez do segundo filho, Luis Arthur, foi transferida pela prefeitura para atuar em uma escola do EJA (Educação de Jovens e Adultos) da cidade, momento em que decidiu concretizar o sonho de gerar impacto social através da leitura, uma paixão compartilhada com os dois filhos. Mas, para tirar o projeto do papel, era preciso aperfeiçoar as suas habilidades como líder social.

Foi quando Marlene decidiu se inscrever no Acolher, programa de lideranças comunitárias e mobilização social da Natura. A iniciativa oferece formação de seis meses e bolsa para que as Consultoras selecionadas possam impulsionar suas iniciativas sociais. Deu certo: a muritibana foi uma das escolhidas para a turma de 2021/2022, uma notícia que recebeu com grande alegria.

A partir daí, nasceu o projeto Contação de Histórias para Crianças, no bairro do Caquende. A ideia foi concebida junto da filha mais velha, Alessa, quem notava a curiosidade e aproximação de outras crianças ao ler uma história para o irmão na praça da cidade. A muritibana, agora formada em Pedagogia, espera ampliar o acesso das crianças da comunidade a livros, lazer e educação.

“Por causa da pandemia, ainda não conseguimos fazer muitos eventos, mas, nas atividades que realizamos, acolhemos em média 15 crianças, de três a nove anos. E o melhor é que também acabamos impactando as famílias, pois a leitura é assim, quando estimulada, é compartilhada, e isso é muito bom”, comemora Marlene.

Ela revela ter como maior desafio conscientizar os pais sobre a importância da leitura, estimulando também a imaginação dos pequenos. Como próximos passos, planeja montar uma biblioteca, feita de caixotes, para a troca de livros.

Para as mães que desejam fazer a diferença onde vivem, Marlene aconselha: “Comece fazendo o necessário e, depois, o que é possível. E de repente, você estará fazendo o impossível”.

Cozinha comunitária

Simone Ribeiro, de Juazeiro, também vibrou com a notícia de que a sua iniciativa havia sido aprovada no Programa Acolher, em agosto do ano passado. Construir uma cozinha comunitária e alimentar crianças, adolescentes e suas mães é o seu maior sonho, compartilhado com a filha, falecida em 2014. “Mesmo sendo tão pequena, ela dizia que, quando ficasse grande, iria ganhar dinheiro e comprar uma casa rosa para construir uma cozinha e alimentar as crianças que não tinham o que comer. Mas, infelizmente, não deu tempo. E eu peguei essa responsabilidade para mim, apesar dos grandes desafios”, revela Simone.

Há 15 anos, ela cozinha em casa e leva o “sopão” para a igreja, local onde costuma distribuí-lo para crianças, adolescentes e suas mães. Além de alimentação, Simone também costuma arrecadar outras doações e distribuir de acordo com as necessidades de cada morador.

O trabalho social foi impulsionado por sua própria história: ela mesma já sentiu na pele a dor da fome na infância. A cozinha comunitária, projeto que ainda está saindo do papel com o apoio do Acolher, será a concretização de um desejo antigo – seu e de sua filha.

“A maternidade me impulsiona e fortalece. Eu sinto o sofrimento de outra mãe e procuro fazer algo para aliviar essa dor. Costumo me colocar no lugar do outro, especialmente de outras mães. Isso me dói, mas é o que me dá força para ajudar”, afirma Si, como é chamada pela comunidade.

Assim como Marlene e Simone, pessoas de todos os lugares do Brasil se destacam pelo seu engajamento e capacidade de articulação em suas comunidades. As histórias de outros beneficiados pelo Programa Acolher podem ser conhecidas no site https://acolher.movimentonatura.com.br/.

Programa Acolher

O Acolher nasceu em 2010 para premiar e apoiar financeiramente projetos sociais liderados por Consultoras de Beleza Natura. Em 2021, a iniciativa se reinventou e passa a investir no desenvolvimento individual de novas lideranças comunitárias. O objetivo é estimular e desenvolver o potencial e as habilidades dos participantes para que sejam capazes de consolidar ou até mesmo tirar um projeto social do papel – ou como eles mesmos costumam dizer, tornar um sonho realidade. A formação do programa contempla robusta jornada educativa e mentoria durante seis meses, além da concessão de uma bolsa mensal de incentivo de R$1.500.

Até o momento, o Acolher já investiu mais de 2 milhões de reais na formação de mais de 50 líderes comunitários da rede da Natura, entre Consultoras de Beleza e Líderes de Negócios, atuantes nas mais diversas causas em mais de 16 estados brasileiros e Distrito Federal.

No ano passado, o processo seletivo do programa Acolher recebeu 1.155 inscrições, analisadas ao longo de 45 dias de curadoria que incluiu checagem de informações, avaliações, entrevistas e escolha dos participantes. Das selecionadas para compor a turma da última edição, 83% são mulheres e 56% se declaram pretas ou pardas; também fazem parte uma mulher trans, uma pessoa não-binária e uma pessoa com deficiência visual.

O Acolher é uma iniciativa capitaneada pelo Movimento Natura, área da empresa que há mais de 15 anos se dedica exclusivamente à geração de impacto social através da venda direta.  Os projetos à frente do Movimento buscam aumentar o desenvolvimento social das Consultoras de Beleza e empoderá-las como agentes de transformação social dentro de suas comunidades.

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