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Luto pela perda de um pet: especialistas explicam como lidar

Diante de uma perda significativa, é comum viver o luto, resposta natural nessa situação. Quem escolhe ter um animal de estimação sabe o quanto eles se tornam importantes, mesmo em pouco tempo. Não à toa, quem perde um pet pode experimentar um processo de luto parecido ao de quem perde um humano próximo.

“Com a diversidade familiar, atualmente, falamos em famílias multiespécies. Nelas, os animais de estimação são integrantes da família, logo, o sentimento de luto por sua perda assemelha-se a de um ente humano”, conta a psicóloga do Núcleo de Apoio Psicológico (NAP) da Universidade Salvador (UNIFACS), Nayara Barreto.

Conforme a especialista, passar pelo processo de luto requer paciência, autocuidado e aprender a se adaptar ao mundo com a ausência daquele que partiu. “Não existe um tempo pré-determinado para a duração do luto. Cada pessoa vai passar por ele de uma forma diferente. Entretanto, é importante salientar que o luto não pode ser ignorado, nem pela pessoa que sofreu a perda nem por aqueles que estão ao seu redor”, frisa.

Como dar a notícia

Com os avanços da Medicina e da Nutrição Veterinária, a expectativa de vida dos animais aumentou. Ainda assim, é natural que os pets vivam menos que os seres humanos, então o luto por sua perda é uma realidade para a qual todo tutor deve se preparar. Quando isso acontecer, pessoas próximas devem respeitar o momento e tomar cuidado para não serem indelicadas e invasivas, especialmente na hora de dar a notícia do falecimento do animal. Nessa hora, profissionais podem usar o protocolo SPIKES, um acrônimo em inglês que representa um protocolo de transmissão de uma má notícia.

“Especificamente para os estudantes de Medicina Veterinária, esse assunto é abordado tanto nas aulas teóricas de clínica quanto nas práticas de atendimento com animais que apresentam doenças crônicas, quadros irreversíveis ou óbito por acidente”, explica a veterinária, professora e coordenadora da Clivet UNIFACS, Simone Freitas, ao afirmar que o intuito é aumentar a relação de confiança entre profissional e tutor, com foco em empatia e acolhimento.

De acordo com Simone Freitas, todos os veterinários da Clivet UNIFACS estão capacitados para aplicar o protocolo SPIKES na conversa com tutores. Geralmente, eles também são encaminhados para o Núcleo de Apoio Psicológico (NAP) da Universidade, que oferece assistência psicológica.

Confira as seis etapas do protocolo que podem ajudar a comunicar notícias ruins.

S (setting up the interview): planejar a conversa com o tutor, escolhendo um local tranquilo que permita um bom acolhimento;

P (perception): conhecer a percepção do tutor sobre o estado de saúde do animal;

I (invitation): esclarecer ao tutor sobre a situação do animal na medida que ele deseje conhecer;

K (knowledge): momento de passar a informação com base no conhecimento, de forma acessível;

E (emotions): responder às emoções do tutor de forma acolhedora;

S (strategy and summary): montar estratégias sobre escolhas, seja para tratamentos paliativos, seja para eutanásia, levando em consideração todo o suporte emocional.

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