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Expo Gota Preta promove encontro online de obras e histórias de artistas pretos e periféricos no contexto das artes plásticas

Entendendo a necessidade de defender suas narrativas contra o embranquecimento e democratizar o acesso à arte (dos criadores às plataformas de exibição e do público às obras), Ciça Pereira e Tainá Ramos, sócias-fundadoras da Zeferina Produções, idealizaram e produziram o projeto Gota Preta. Do dia 22 de novembro de 2022 a 31 de dezembro de 2023, acontece de forma gratuita a primeira exposição online da iniciativa. Exibida com exclusividade no #culturaemcasa, com objetivo de potencializar artistas negros e indígenas periféricos, é uma mostra inclusiva de cinco talentos das artes plásticas: BREDNATELLA, Crica Monteiro, Ione Maria, Reginaldo Francolino e Toddy.

“Gota Preta é uma ideia que surge do nosso incômodo com o mercado artistico cultural, onde o embranquecimento das nossas narrativas e a objetificação de artistas negros e indígenas acontece. Nossa ideia com ela é pensar possibilidades e unir forças para criar espaços seguros dentro das artes plásticas, sobretudo preservando o ser que cria e suas especificidades”, explica Ciça Pereira. “A ideia dessa primeira exposição vem também no intuito maior do projeto que é democratizar o acesso à arte. Então quando estamos falando de uma exposição online, conseguimos levar a arte desses artistas para mais pessoas. Não estamos falando só de um território específico, periférico, ou de um museu. Estamos falando de acessar a exposição e o conteúdo desses artistas no mundo todo”, completa Tainá Ramos.

Muito além do que dar visibilidade à arte em si, a Gota Preta coloca em foco a história de cada artista. A curadoria não traz apenas o recorte de raça, mas também o recorte territorial (que na maioria são artistas periféricos pretos e lgbtqa+), com o equilíbrio de gênero e idade, mostrando a multiplicidade de narrativa que essas pessoas carregam.

“Quando você observa a exposição, você percebe que apesar de serem pessoas diferentes, a identidade delas, principalmente a questão racial e a questão das suas memórias e histórias, fica retratada ali. Então a arte é o mecanismo de contar seu próprio enredo”, elucida Ciça. “É uma história coletiva, por isso pensamos nesses artistas, para trazer esse olhar um pouco mais lúdico e também trazer de alguma forma uma perspectiva de unidade. Unidade de narrativas porque falam dos seus lugares como pessoas pretas”.

Reginaldo Francolino nasceu no fim dos anos 50 e fala sobre sua perspectiva de negritude, enquanto BREDNATELA é  um jovem que pinta sobre homoafetividade preta. Ione Maria exibe técnicas da colagem, enquanto Crica Monteiro vem da arte digital, embora apresente obras de artes plásticas. Toddy tem uma trajetória no grafite nacional e internacional, como também é um dos fundadores da Favela Galeria.

“Em nossa primeira exposição feita em pandemia, a Gota Preta 01, promovemos um encontro artístico feito em sinergia e em um espaço seguro, a Favela Galeria. Onde, para que além das artes, nossos artistas pudessem falar sobre suas vivências e territórios com protagonismo; literalmente um ode à memória humana e seus impactos visuais e plasticos com artistas negros e indígenas vivos. O projeto foi 100% idealizado por produtores, artistas e profissionais pretos, em suas múltiplas identidades”, finaliza Ciça.

No vídeo da exposição, há um QR-Code de doações que arrecada fundos para o projeto FAVELA GALERIA, que oferece cursos gratuitos de grafite para jovens periféricos.

EXPO GOTA PRETA  @ #CULTURAEMCASA

Mostra dos artistas BREDNATELLA, Crica Monteiro, Ione Maria, Reginaldo Francolino e Toddy

Data: 22 de novembro de 2022 a 31 de dezembro de 2023

Local: Plataforma #culturaemcasa

Link: https://culturaemcasa.com.br/

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