Coluna

Cirurgia robótica traz impactos positivos no tratamento da endometriose

A endometriose é uma doença ginecológica crônica, caracterizada pela presença de tecido endometrial (conteúdo da menstruação) fora da camada interna do útero, o local que habitualmente o tecido deveria estar. De acordo com o cirurgião ginecológico especialista em endometriose, Marcos Travessa, da mesma forma que o endométrio que está na cavidade uterina cresce como resposta aos hormônios femininos, o endométrio ectópico (localizado fora do seu local habitual) também aumenta de tamanho. “Quando está no útero da mulher que não engravidou, o endométrio se descama e sai em forma de menstruação, voltando ao seu estado normal, porém, quando esse tecido se aloja em outras partes do corpo ele não tem como sair e acaba ‘sangrando para dentro da cavidade abdominal’, gerando um quadro de dor acentuada”, detalha.

As implicações da doença são variadas e preocupantes. A endometriose pode comprometer também outros órgãos como o peritônio, ovários, tubas uterinas, bexiga e intestino, inclusive os pulmões, além de vir a ser a principal causa de infertilidade feminina no mundo todo. A cirurgia costuma ser o melhor caminho para a paciente que quer ter filhos e não consegue por causa da doença. Estatísticas regionais revelam que 60% das mulheres inférteis na Bahia são portadoras da endometriose.

Além disso, a endometriose apresenta repercussões sociais graves por causar dores incapacitantes. “Muitas mulheres ficam acamadas e sentem dores intensas no período menstrual. Outras tantas precisam recorrentemente ir a unidades de emergência para serem medicadas. A doença pode dificultar muito ou impedir que a mulher tenha uma vida sexual ativa, devido à dor durante a relação. Enfim, é uma doença que precisa ser muito bem tratada”, afirma Marcos Travessa.

Vale destacar que, em algumas mulheres, a endometriose não apresenta sintomas específicos, o que pode retardar o diagnóstico. Não há cura, mas se a mulher se submeter ao tratamento adequado, os incômodos e consequências podem ser diminuídos drasticamente, evitando, inclusive, que a paciente tenha sua capacidade fértil comprometida e tenha a qualidade de vida resgatada.

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