Artistas de Japão, Togo, Canadá e Porto Rico chegaram a Salvador em junho para o segundo ciclo da Residência Vila Sul 2025. A iniciativa do Goethe-Institut promove o intercâmbio cultural entre países do Sul Global e a Alemanha, sendo Salvador a única unidade de residência na América do Sul.
Até agosto, a capital baiana será o espaço de criação e pesquisa para esses nomes, que desenvolverão trabalhos em torno da proposta temática deste ano: Meio Ambiente e Sustentabilidade – Reconhecendo Limites.
A residência é voltada para artistas, pesquisadores e autores já estabelecidos em suas áreas, com atuação interdisciplinar ou voltada para a experimentação criativa. Os participantes são selecionados anualmente por um júri internacional, por meio de um sistema de nomeações. Não há exigência de entrega final de obras; o foco está na troca de experiências e na construção de vínculos com a cena cultural local, por meio de apresentações públicas e intercâmbio com instituições parceiras.
“A proposta da residência é justamente essa: criar um espaço de escuta, investigação e experimentação, onde as trocas acontecem de forma horizontal, entre os residentes e com a cidade. Salvador, por sua localização, história e densidade cultural, potencializa essas conexões e amplia a perspectiva sobre temas globais”, afirma Leonel Henckes, diretor de operações do Programa de Residência Vila Sul.
O escultor e performer Kokou Ferdinand Makouvia (Togo/França) é um dos integrantes do segundo grupo. Com trajetória marcada por explorações visuais e sonoras sobre ancestralidade, espiritualidade e identidade, ele vê em Salvador um campo fértil para ativar essas discussões. “Pretendo estabelecer uma conversa artística aberta a partir das vibrações culturais, religiosas e simbólicas que compõem essa cidade. São forças dinâmicas que podem mudar o curso da história”, afirma.
Também compõem o grupo a artista e performer Jacqueline van de Geer (Canadá/Holanda), cuja pesquisa atual cruza feminicídio e obsessão romântica com práticas de teatro físico e arte relacional; a compositora e artista sonora Miki Yui (Japão/Alemanha), que investiga formas de comunicação interessantes a partir da escuta de árvores em risco de extinção; e a cineasta porto-riquenha Karla Claudio, fundadora do laboratório La Recolecta, que pesquisa plantas selvagens e práticas comunitárias voltadas para a soberania alimentar e material.
Kokou e Karla participam do ciclo como bolsistas do programa “Repensando o Sul – Repensando o Sul” , uma cooperação com a fundação alemã KfW Stiftung que, desde 2022, financia a participação de artistas do Sul Global na residência.
Durante os quatro meses de residência, os artistas visitaram instituições locais, participaram de encontros públicos e conduziram suas próprias pesquisas a partir do contexto baiano. A programação com o público será divulgada pelo Goethe-Institut Salvador-Bahia ao longo do intercâmbio.