9ª edição do Cine Kurumin traz diversidade indígena ao cinema com mostra competitiva em Salvador

Já pensou em mergulhar por quatro dias na rica diversidade dos povos indígenas, assistindo a dezenas de filmes em uma mostra competitiva? Essa é a experiência que a 9ª edição do Cine Kurumin – Festival de Cinema Indígena oferece. O festival chega à capital Salvador de 17 a 20 de outubro, e o Cineteatro 2 de julho, localizado na Rua Pedro Gama, 413, Alto do Sobradinho, Federação, será palco dessa imersão cultural única, com a abertura oficial marcada para às 16h.

Na programação, o Cine Kurumin apresenta, além dos filmes selecionados para a Mostra Competitiva, as Mostras Especiais: “Minérios são lascas de céu”, com a presença do realizador Yanomami, Morzaniel Iramari Yanomami, diretor de três filmes exibidos no festival. “Awé – Olhares do Nordeste Indígena”, com produções de povos do Nordeste, que será apresentada pelos curadores, Ziel Karapotó e Bia Pankararu, que estarão no festival. E a Mostra “Katahirine – Constelação Audiovisual das Mulheres Indígenas” que conta com a apresentação da curadora Olinda Muniz, que também realiza um workshop sobre Artes Indígenas na programação. Outro destaque da programação é o encerramento com Geni Nuñez

A expressão temática e conceitual desta edição do Festival Cine Kurumin reflete os territórios indígenas e suas cosmologias de cuidado e preservação das florestas e da biodiversidade. Nesse contexto, os recorrentes processos invasivos provocados pela exploração de recursos minerais, hídricos e orgânicos em Terras Indígenas apresentam-se como contraponto, estabelecendo contradições e impactos diretos ao modo de vida dos povos originários. Diante desse confronto de mundos, somos conduzidos pela impactante cosmologia Yanomami, apresentada pelo xamã Davi Kopenawa que nos inquieta ao afirmar “o que os brancos chamam de minério são as lascas do céu, da lua, do sol e das estrelas que caíram no primeiro tempo”.

O Cine Kurumin é uma janela para a produção audiovisual indígena, destacando a potência ancestral dessas imagens em suas expressões da diversidade artística, cultural, cosmopolítica e multiétnica.

No Brasil, onde há uma grande diversidade de povos indígenas e muitas produções audiovisuais desses povos, o Cine Kurumin é um dos primeiros festivais dedicados à exibição e formação de público para o cinema indígena. O festival é apoiado nos princípios de autodeterminação e autonomia dos povos indígenas, ética e diálogo intercultural, além de respeitar os direitos autorais coletivos e propriedade intelectual indígena.

“Uma janela para as imagens de povos originários, o Cine Kurumin também possibilita o diálogo intercultural com os cineastas indígenas, provocando debates sobre os filmes e as questões indígenas contemporâneas. Esse encontro intercultural cria aproximações com a realidade atual dos mais de 200 povos que vivem no país, somando cerca de 1,7 milhões de pessoas”, afirma Thais Brito, diretora e curadora do Cine Kurumin.

O percurso das narrativas audiovisuais indígenas apresentadas pela equipe curatorial do Cine Kurumin leva a imaginar futuros possíveis, futuros ancestrais, nas palavras de Ailton Krenak. Apontar para a demarcação dos Territórios Indígenas como esse futuro, uma reserva de futuros.

“O Cine Kurumin vem sendo a maior janela de exibição e de culminância das produções cinematográficas indígenas e seus realizadores. Um evento que consegue reunir e representar tantas linguagens, culturas e biomas, um espaço múltiplo e plural, como nossos povos originários. Que seja um grande encontro de realidades diversas e de imaginários possíveis”, destaca Bia Pankararu, uma das curadoras do festival.

O projeto CINE KURUMIN – Festival Internacional de Cinema Indígena foi contemplado pelo edital SalCine, com recursos financeiros da Fundação Gregório de Mattos, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, Prefeitura de Salvador e da Lei Paulo Gustavo, Ministério da Cultura e Governo Federal.

Este projeto também foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022.”

SERVIÇO:

Evento – 9० Cine Kurumin – Festival de Cinema Indígena
Data – 17 a 20 de outubro de 2024 – Abertura oficial – 17/10, às 16h
Local – Cineteatro 2 de julho – R. Pedro Gama, 413 E – Federação, Salvador – BA, 40231-000
Ingressos gratuitos: https://cinekurumin.com.br, https://www.instagram.com/cinekurumin/ ou no local. Programação completa anexa e no site
https://cinekurumin.com.br

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