Cultura

Museu Oscar Niemeyer Apresenta África, Expressões Artísticas de um Continente

Foto de Antônio More

A exposição de longa duração África Expressões Artísticas de um Continente é destaque no Museu Oscar Niemeyer (MON). O curador Renato Araújo, especialista em arte africana, faz um recorte das 1.700 peças provenientes da Coleção Ivani e Jorge Yunes, doadas recentemente à instituição sediada em Curitiba. São máscaras, estatuetas, bustos, miniaturas, objetos do cotidiano, instrumentos musicais e um grande número de outras peças que têm origem em países como Costa do Marfim, Mali, Nigéria, Camarões, Gabão, Angola, República Democrática do Congo, Moçambique, entre outros. Como a diretora do museu Juliana Vosnika destaca, o MON prioritariamente coleciona arte brasileira e busca se expandir fora do eurocentrismo, voltando-se para as artes latino-americana, asiática e africana.

Segundo o curador, o amor e a ânsia pelo belo, o amor e o temor à natureza e aos deuses e o destemido apreço à civilização foram tão caros às nações africanas que indistintamente distribuíram e reputaram a todos os aspectos da existência, contraditórios ou não, alguma forma de manifestação artística. “Como as artes demarcam as formas de um tempo, a exposição apresenta, assim, um dos pontos essenciais da transição do desenvolvimento das artes africanas mais antigas, desde a sua retirada do continente e a posterior descontextualização de seus significados intrínsecos, vistos no mundo moderno e contemporâneo a partir de uma ênfase em suas formas artísticas”.

Araújo ressalta que a arte africana, antes restrita aos museus europeus enquanto objetos de culturas milenares ditas tradicionais, hoje as obras legadas da África puderam se conformar ao fazer artístico da atualidade, oferecendo ao mundo todo a chamada “arte tradicional africana contemporânea”, como é conhecida pelos especialistas. “Essas obras são instrumentos de modernização recentes e autênticos das artes populares africanas ou ainda reproduções modernas das antigas peças destinadas sobretudo aos mercados emergentes nos trópicos”.

“Com a exposição de objetos de heranças culturais tão distintas, encontramos aqui um importante ponto em comum: dentro do museu, essas artes são elevadas a uma mesma plataforma artística, igualando a arte africana ao patamar da arte mundial. Eis uma maneira de honrar a ancestralidade visual do passado e de abrir os novos plantios, rotas e perspectivas dessa arte no futuro”, completa Araújo.

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