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Domingo no TCA apresenta Cia. de Dança Deborah Colker

No Mês Internacional da Dança, o Teatro Castro Alves (TCA) apresenta em seu “Domingo no TCA”, no dia 10 de abril, o espetáculo “Cura”, da Cia. de Dança Deborah Colker. Com duas sessões de sua turnê nacional agendadas para este final de semana na casa, a inclusão neste projeto público amplia o acesso à mais nova montagem desta que é uma das mais aclamadas companhias de dança do país, nacional e internacionalmente. Ingressos custam R$ 1 (inteira) e R$ 0,50 (meia) e são vendidos apenas no dia do evento, no local, a partir das 9h, com acesso imediato à plateia do teatro.

 

Através da dança, “Cura” trata de ciência, fé, da luta para superar e aceitar limites, do enfrentamento à discriminação e ao preconceito. Deborah Colker concebeu este projeto em 2017, inspirada na busca pela cura de Theo, seu primeiro neto, que tem epidermólise bolhosa distrófica recessiva. Mas foi só no ano seguinte, com a morte de Stephen Hawking, que ela definiu suas inspirações: Hawking, Theo, Jesus Cristo, Leonard Cohen e Obaluaê. Hawking tinha esclerose lateral amiotrófica (ELA), uma doença degenerativa, e os médicos deram-lhe três anos de vida após o diagnóstico (ele tinha 21). Porém, superando suas limitações, o cientista britânico viveu até os 76 anos e se tornou um dos nomes mais importantes da história da física. Deborah percebeu que há outras formas de cura além das que a medicina possibilita. “Viver a cura do que não tem cura”, declarou a coreógrafa.

 

No palco, dores são mostradas, mas muita esperança, também. Deborah diz que procurou preservar a alegria necessária à vida. Marcou-lhe a viagem que fez a Moçambique durante a preparação, quando conheceu pessoas que não perdiam a vontade de viver, apesar das suas muitas dificuldades. Ela foi procurar curas e encontrou alegrias. Decidiu incorporar ao espetáculo referências de três religiões monoteístas e elementos de culturas orientais, indígenas e africanas. “Cura” conta, logo no início, a história de Obaluaê – orixá da cura e da doença.

 

Carlinhos Brown foi inicialmente convidado para compor apenas o tema de Obaluê. Acabou criando praticamente toda a trilha, inclusive a canção inicial, dos versos “Traga meu sorriso para dentro” e “Sou mais forte do que a minha dor”. Ele canta em português, iorubá e até em aramaico. Os 14 bailarinos também cantam, em hebraico e em línguas africanas. É algo que acontece pela primeira vez nos 29 anos de história da companhia.

 

A dramaturgia é assinada pelo rabino Nilton Bonder, autor de “A Alma Imoral” e de vários outros livros. A cenografia é do diretor de arte Gringo Cardia, companheiro de Deborah em toda sua trajetória. Nos figurinos de Claudia Kopke, as pernas podem ter estilos bem diferentes, traduzindo o desequilíbrio que é um dos nortes do espetáculo. As apresentações contam com audiodescrição.

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