Coluna

As diferenças entre erros e complicações nas cirurgias plásticas e o que você precisa saber antes de fazer

De acordo com levantamento recente da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), o Brasil realizou 13,1% do total de procedimentos estéticos, seguido dos Estados Unidos, com 11,9%. Este é o segundo ano consecutivo em que a avaliação do ISAPS destaca a liderança brasileira.

Em 2020, a pandemia de covid-19 impôs restrições à realização de cirurgias plásticas. Mas, já no início de 2021, os sinais de recuperação foram perceptíveis, com um aumento de quase 50% na procura por procedimentos estéticos, em comparação com o mesmo período do ano passado.

Porém, antes de tomar a decisão de mudar o rosto ou o corpo, é preciso se atentar a vários fatores. “As cirurgias plásticas e os procedimentos estéticos possuem, em geral, baixo risco, desde que sejam realizados por médicos com especialização comprovada em cirurgia plástica e com título de especialista nas sociedades regulamentadas pela AMB (Associação Médica Brasileira)”, afirma o Dr. Luís Felipe Maatz, cirurgião plástico, com especialização em Cirurgia Geral e Cirurgia Plástica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e especialista em Reconstrução Mamária pelo Hospital Sírio-Libanês.

Segundo ele, para realizar um procedimento com segurança, além de procurar um cirurgião plástico habilitado, o paciente deve estar em bom estado de saúde. No caso de cirurgias de médio ou grande porte, há necessidade de exames complementares (como exames de sangue e cardiológicos). Além disso, deve ser realizada em local adequado e com toda infraestrutura necessária (geralmente clínicas de grande porte e hospitais).

Quem pode realizar o procedimento

Os profissionais habilitados para procedimentos estéticos são os cirurgiões plásticos e dermatologistas. “Para cirurgias plásticas, somente o próprio cirurgião plástico. Há muitos médicos ou outros profissionais (como dentistas, biomédicos, farmacêuticos, enfermeiros, fisioterapeutas) que se intitulam especialistas em estética, mas não possuem formação para realizar os procedimentos de forma adequada e segura. Para minimizar os riscos, garanta que seu médico seja realmente especialista (você pode verificar essa informação nos sites da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e na Sociedade Brasileira de Dermatologia)”, alerta Luís Felipe Maatz.

Quando há erros

Os erros, geralmente, ocorrem em procedimentos realizados por profissionais que não possuem qualificação, em ambiente impróprio e com produtos ou técnicas inadequadas. “Cerca de 90% dos casos de queixas no Conselho Regional de Medicina (CRM), por possíveis erros médicos em procedimentos estéticos, são contra profissionais que não são especialistas em cirurgia plástica ou dermatologia. Se expandirmos os números para as queixas em geral, incluindo os profissionais não-médicos que se aventuram em realizar os procedimentos estéticos, chegaremos a uma parcela maior ainda”, relata o especialista.

Como diferenciar erros de complicações

Segundo Luís Felipe Maatz, a definição de erro é a conduta profissional que pressupõe inobservância técnica capaz de produzir um dano à vida ou à saúde de um paciente, caracterizada por imperícia, imprudência ou negligência.

1- Imperícia: execução errada de um ato técnico profissional (falta de observação das normas ou despreparo do profissional). Por exemplo, realização de um procedimento estético por profissional não habilitado e sem a especialização adequada.

2- Imprudência: quando o profissional age sem o cuidado adequado (atitudes precipitadas ou sem cautela). Por exemplo, a realização de uma cirurgia sem a equipe adequada.

3 – Negligência: falta de cuidado ou de precaução ao se executar um ato profissional. Por exemplo, a realização de uma cirurgia em local inadequado ou sem os exames necessários.

“Vale lembrar que todo e qualquer procedimento estético ou cirurgia pode acarretar em complicações, que são diferentes de erros. As complicações são eventos adversos ao resultado esperado, mas que podem ocorrer em qualquer procedimento, mesmo que o profissional tenha formação adequada e tome todas as precauções necessárias”.

Luís Maatz complementa: “Há necessidade de que, durante a consulta, o médico explique as possíveis complicações e que o paciente esteja ciente de que elas possam eventualmente ocorrer, mesmo com o melhor médico, que utiliza da melhor técnica, no melhor ambiente e com o melhor produto”.

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